Com a chegada do final do ano, acho que é quase automático
fazer um balanço de tudo o que passou.
Encontrar o melhor e o pior do que foi vivido ao longo do
ano de 2015, é uma das “conversas de café” mais frequentes na atualidade.
“Namorei com a pessoa errada”, “dei demais a quem merecia
menos”, “larguei um trabalho e arranjei um muito melhor”. São este o tipo de
comentários. Estes e também tantos outros como “pois porque para os refugiados
há tudo e os nossos estão na miséria”, mas os dessa “classe” dada a sua
inconveniência e burrice estampada estou certa que se manterão no futuro.
Pessoalmente, tive um ano repleto de emoções.
Viajei, conheci, sonhei e muitos dos sonhos com algum trabalho
e muita dedicação tornei-os reais.
Fui de Erasmus e vivi com a melhor amiga que o universo conhecera durante essa temporada.
Fui de Erasmus e vivi com a melhor amiga que o universo conhecera durante essa temporada.
Comecei a colaborar com o Jornal Público, vou, se tudo
correr bem, estagiar na agência Lusa e terminarei a minha licenciatura em três
anos.
Mantive a mesma relação começada em 2014, e os amigos que
tenho, sei que o são de verdade e que não os transportarei para o próximo ano,
mas sim para a vida.
Por falar nela, na vida…. Este ano enviou-me um pedregulho
tão grande.
Quase dum peso que não consigo suportar. Faz com que me sinta exausta, caída e sem forças. Faz com que
eu baixe as armas a tudo o que me propus e que ampute toda a minha existência.
Levou-me a minha pele, a minha carne e deixou-me em ossos
com uma dor que não consigo transportar.
Levou-me a minha mãe. Levou-ma desde o outro lado do mundo,
e já me a trouxe em cinzas.
Uma dor de cabeça forte num dia de comemoração. Um tiro
certeiro.
Um até já que não mais direi, um até sempre que para sempre
ficará.
Sem que a respiração me caiba no peito, vivo a situação de
sorriso no rosto, tal como ela desejaria, mas de alma quebrada e totalmente
desmembrada.
Tornei-me de choro fácil e o sorriso já nem forçado quer
sair.
Apetece-me perder-me de mim, para a encontrar de novo a ela.
Ai que saudades. Que me prendem, que me destroem mas que não
me levam até onde eu tanto queria estar.
Tudo fiz, tudo fizemos, juntas.
Agarrei os meus, preparei os outros, mas é a mim mesma que
me está a custar “segurar”.
2015 Teve tanta coisa boa, mas nunca será recordado por
isso.
Daqui a 20 anos o dia 13 de Dezembro de 2015 irá ser
recordado como um tornado de sentimentos terríveis, o susto, o medo, a
impotência e por fim, a perda.
Sentirmos que não somos capazes de fazer nada mais por
aqueles que tudo fizeram por nós corroí. “Esperar para ver” e viver o que já
não mais poderemos presenciar é algo que não desejo a ninguém. Tamanha dor não
cabe num ser só.
Metade de mim partiu, a outra metade mutila-se psicologicamente
a cada dia que passa e sente.
2015 Foi o maior ano de alegria que tive, mas trouxe com ele
também, a maior destruição.
E não me avisou, e não me deixou despedir, e não me deixou,
mais uma vez, dizer-lhe o quanto a amava e amarei para todo o sempre.
Só queria uma última vez, suficiente para ter forças para
viver o resto da minha vida.