Para ti, meu querido Pai.

sábado, março 18, 2017


Parece que a sociedade descriminou o dia de amanhã como “Dia do Pai”.

Dia do Pai vejam bem. Como se possível fosse definir um dia para aquele que nos cria, nos acompanha e nos vê com o valor que mais ninguém nos consegue ver.

Aqui estou eu a descrever-vos o meu pai. Aquele que me enche de orgulho de dizer que é “O meu”. Aquele que assume o papel de homem, de respeito, de lealdade e de amor-próprio que me foi implantado desde sempre.

Desde pequena que o vejo com uma imagem enorme. Vejamos se vos consigo explicar isto em “miúdos”: Sou filha de pais separados, e embora nunca tenha dito a nenhum dos dois, lembro-me como se fosse hoje, do dia em que ele se foi embora da casa que me viu nascer.

“Onde vais pai?”, Disse-lhe eu com toda a inocência característica dos meus três anos de idade. “O papá vem já, meu amor”. E ser pai é isso. Ser pai é só isso.

O meu pai “veio já” e vem sempre, desde que o vi partir daquele que era o nosso núcleo maior.

Feito de uma elegância estonteante, daquelas que só se viam “no antigamente”. É um arrebatador de corações.

É um apaixonado pela vida e adora ver a magia que há em tudo o que o rodeia.
É também um amigo para as “más alturas”. Sim leram bem, ele está lá sempre nos “maus momentos” de todos os que precisem dele.

É de poucas “patuscadas” e tem como plano favorito um bom filme, numa boa companhia, mas quando precisam dele, seja de noite ou de dia, veste o papel mais presente que conheci. 
Descobri com o tempo, que o meu pai é também um grande amigo.

Acho que nunca vi uns olhos tão orgulhosos, do que aqueles que ele colocou no dia em que me licenciei. “Minha filha, tu consegues tudo”.

Não há nem haverá nada mais valioso no mundo do que sentirmos o afeto e o orgulho daqueles que mais nos querem, e foi justamente isso que senti.

O meu pai estava feliz por mim. Estava ali, esteve comigo, e foi ao meu lado que festejou tanto quanto eu aqueles três anos tão intensos, retratados num só canudo.

Foi a chamada dele que recebi depois de cada aula de condução na tentativa de me transmitir a maior confiança possível, e foi a ele que liguei quando arranjei o meu primeiro emprego na área.

“Pai consegui”, “Oh meu amor, tu consegues sempre”. Isto é mágico, isto é um porto composto por segurança e estabilidade. Aquele é o rosto com que um pai tem e terá sempre de olhar para a sua filha.

Uma pessoa tão grande, não cabe mesmo num dia tão pequeno, tão singelo e tão insignificante.

O meu pai é um ser singular. Um ser especial e de tão peculiar que é, torna-se fascinante conhecê-lo de perto.

Foi também o meu pai que me ensinou a ser “filha”, por ser ele o melhor filho que conheci. O maior marido e a maior referência enquanto homem.

Foi quem me deixou “ser gorda e feliz” em miúda, ao comprar-me napolitanas às escondidas da minha mãe, e ao desafiar-me algumas sextas-feiras à noite para irmos buscar MacDonalds, e para comermos aquele menu maior que eu, ao som do CD das Spice Girls.

Foi o “compincha” que me deixou incorporar na Victoria Beckam e fazer dele a Melanie Brown. Foi quem me proporcionou um dos aniversários mais giros de sempre ao oferecer-me dez bilhetes para ir ver os DZRT, e quem dançou várias vezes comigo ao som do “PARA MIM TANTO ME FAZ”.

No fundo, o meu pai, foi quem me ajudou a ser criança, e é também esse um dos milhares de tópicos pelo qual lhe agradeço.

É ótimo crescer com uma pessoa assim por perto, e é ainda melhor saber que a tenho do meu lado sempre que quero e preciso.

Tornou-se pai e mãe. É o meu soldador de sonhos e é atualmente a minha maior âncora para acreditar. Afinal, é graças também a ele, que aprendi que “Consigo tudo”.

"Obrigada pai" é o que de automático me ocorre dizer-te. Não sei se achas que fizeste um bom trabalho, mas tu passas com primor e excelência em todas as tuas tarefas. 

Amo-te muito, “zigui-tengui”.










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