Corpo cheio duma alma vazia

quarta-feira, novembro 25, 2015



25 de Novembro de 2015.

Um marco na história. Um dia em que todos, homens e mulheres, independentemente do género, deveríamos sair às ruas e gritar “liberdade” . Ao que nos faz mal, ao que nos prende, ao que nos sufoca.

Dia mundial contra a violência doméstica. Dia em que recordamos 27 mortes de mulheres apenas em Portugal no ano de 2015, pela violência sofrida durante a vida, até que a morte lhes chegou.

Choro, dor, sofrimento, mágoa. Foi isto que sentiram antes de partir. Foi o que nos deixaram para recordar e para sempre temer.

A violência está em todo o lado, em ambos os géneros e no virar de cada esquina.
Recordo-me especialmente duma amiga minha, tão minha amiga, que ficou minha irmã.
Tem o coração do tamanho da distância que nos separa. Sempre lutou, sempre vingou, sempre em tudo se lixou.

Passado filho da mãe, que lhe trouxe a força. Presente desgraçado que lhe recordou o que é a verdadeira dor.

Nunca teve medo do trabalho, pois sempre teve de trabalhar. Desde cedo me atraíu pela inteligência que tinha. Sensual como poucas de nós somos. Perspicácia, carisma e audácia sempre foram palavras que a definiram.

De sorriso fácil, mas infelizmente tornou-se de choro fácil também.

Estudou até poder, amou até não mais conseguir.

Mulher de várias paixões, mas sempre dum homem só. Éramos miúdas quando me contou “amo-o tanto Teresa. Estou apaixonada. Apaixonada e grávida. Grávida pelo homem que amo, que quero, que me chega, mas que não chegou no momento certo” e abortou.

Caiu-me tanto nos braços a mim ,como em si própria. Não mais viveu um amor assim. Mas não se arrependeu. Não era a hora certa. Ainda se estava a conhecer, para poder conhecer alguém vindo de sí. Sofreu tanto, mulher de armas. Enquanto nós decidíamos o que vestir para sair naquela noite, ela passára dores infernais no hospital, internas e de alma.

Continuou a batalha, sem armas, apenas com um sorriso e um corpo de arregalar qualquer olhar que a visse passar como escudo...se alguém imaginava .

Senhora de si. Amada por tantos , odiada por ainda mais. Carácteres fortes nunca foram os mais adorados pelos fracos da nossa sociedade.

Seguiu. Ergueu-se, lutou, conquistou de novo. Amor próprio e uma nova vida.

Lá foi ela, entrou numa nova roleta russa do amor.
Uma nova oportunidade de abrir a janela e ver o sol no olhar e no sorriso de outrém.

Corajosa. Deliciosa. Decidida.

É a minha heroína.

Voltou a cair.

Desta vez saiu muito mal tratada.

O homem com quem estava fechou-lhe todas as portas da sua vida, sem “aviso prévio”.

O coração está destroçado. Mais uma vez, a sua energia ficou com ele no dia da despedida, e o corpo só pensa em desistir.

Levou tanta pancada física e verbal em tantos anos, que nem consegue recordar apenas um único episódio.

Já não brilha, já não sorri com os olhos, já não quer sentir nada nem no estômago nem com o coração.

Apagou-se. Desistiu. Quis já por várias vezes ficar-se.

Não se reconhece. Olha-se sem se encontrar.

Mas mesmo sem saber, para mim é um ídolo.

E é tão bonita. Tão brilhante mesmo sem já brilhar. 

Um orgulho tão grande que me serve de inspiração.


E ela sabe,ela sabe que eu vou sempre aqui estar, não sabe?










"Eça" maneira de ajudar, os nossos "Malmequeres"

terça-feira, novembro 17, 2015



Arranca hoje, dia 17 de novembro de 2015 mais uma exposição da associação Os Malmequeres, que à semelhança do ano passado conta com a ajuda do Espaço Eça para a divulgação das suas peças.
A associação Os Malmequeres, sediada na Zona Industrial do Casal Cego- Marrazes, Leiria. É uma associação sem fins lucrativos que tem como lema “integrar com alegria”.
À associação pertencem deficientes mentais, que com todo o carinho e dedicação realizam diversos brinquedos em madeira.
Nesta exposição aberta ao público, tanto podemos encontrar jogos tradicionais como dominó, solitário e cordas para saltar, como objetos decorativos e lúdicos.
Todos os brinquedos são feitos e pintados à mão, com um enorme cuidado e audácia por estas pessoas.
O valor de cada brinquedo pode ir desde o 1€ aos 5€ e estão em exposição no Espaço Eça até ao dia 30 do decorrente mês.
Uma excelente maneira de ajudar, e também de ser ajudado, recordando os brinquedos que em tempos fizeram parte da sua infância.
Mais uma vez o Espaço Eça está associado a ações de solidariedade, como vem sendo hábito e tem todo o gosto de receber todos aqueles que queiram saber um pouco mais acerca desta associação.









Paz podre, paz industrializada

segunda-feira, novembro 16, 2015


Que mundo é este?

“Querida filha, vives num mundo onde a qualquer momento uma bomba rebenta, ou um “bando” de terroristas pode entrar no teu sonho, bombardear tudo ao teu redor e acabar com a tua felicidade em segundos. Sangue, lágrimas, corações que não sopram, não vivem, não sentem mais” – porque não me avisaram os meus pais disto, enquanto cresci?

Porque é que todo o mundo implora hoje por uma paz, se lhe respondemos com guerra?

Porque é que num dia "somos todos Charlie", passado uns tempos “somos todos Paris” e ninguém se lembra que temos apenas que ser todos humanos?

Bombas não se resolvem com armas e tiroteios. Mortes e violência não se quebram com ainda mais violência, ódios e rancores.

Somos todos feitos da mesma massa. A que sente.

Um muçulmano não é um bombista, nem um católico é um santo. A maldade não vem da religião, vem do ser.

Não quero deixar de sofrer, mas quero sofrer tanto por Paris como por Beirute. Não quero sofrer apenas por mim e “pelos meus” que por lá ficaram. Quero sofrer pela perda de seres, não só pelo Sr. Manuel que por lá passára ou pela Mariana que não chegou “por milagre”  a entrar.

Se rezarmos, rezemos por todos. Pela dor, não pela proximidade.

A guerra é a mesma, e só se solucionará quando entendermos que a minha dor é a dor dos refugiados que FUGIRAM disto e a mesma dor que a população de Beirute que viveu algo tão aterrorizador e similar. O medo não é um sentimento exclusivo Europeu. E neste momento qualquer pessoa que vive, tem medo de a qualquer momento poder deixar de viver.

O mundo é geral, enquanto o virmos apenas a circundar o nosso umbigo, a nossa resposta será sempre a mesma: Guerra.

A conversinha do “Deus, Pátria e Família” é um máximo mas já não convence ninguém, nem detém porra nenhuma. Vamos inverter o jogo, experimentar viver por todos e depois então por nós.


Juntos somos tantos nesta luta pela paz. 


Deixemos de ser todos “qualquer coisa” para passarmos, finalmente, a ser todos “alguma coisa” - Humanidade.






Coração certo, geração errada

quinta-feira, novembro 05, 2015


“Quanto tempo esperarias pelo amor da tua vida?”
Amor do abraço, da conchinha e do amaço.
Amor a sério, que dói tanto até curar.
Amor invisível no tempo e no espaço, onde as horas são efémeras e os dias só custam a passar quando estamos longe.
Quanto tempo esperarias, para sentir a real felicidade? 
O auge da respiração ofegante, e o limite do enlouquecido de força e vontade de sair, gritar, berrar.
Amor de amar tanto. Amar de querer tudo, num ser só.
Com quantos “príncipes e princesas rebeldes” precisamos nós de nos encontrar, até percebermos qual o nosso lugar? Para ficar, partilhar,sentir, deixar-nos amar?
Que se lixe esta geração. Somos rascas, e sem principíos nem coração. 
Vivemos na lei do mais forte. Mais forte cuja força é valorizada em números de camas abandonadas a meio da noite, e mensagens calorosas de seres nenhuns.
Somos os maiores, se não fizermos porra nenhuma. Quanto menos damos, melhor nos devemos sentir.
Ridículo.
A estupidez humana, é das coisas mais estúpidas que a humanidade inventou. E fugir do amor, é a maior caracterização da idiotice, da fraqueza e sobretudo, de ser um banana vestido na roupa dum campeão.
Sem amor não há vida. Sem vida, só existe eco, luzes, e sombras. 
E tão bom que é viver, e tão mau que deve ser apenas existir.
Amar com tudo o que temos é o melhor que damos. 
Vamos deixar de abandonar as casas com os lençóis ainda quentes, e vamos passar a tentar aquecer almas e corações com a mesma eficácia e rapidez? 
O real foi feito para ser vivido, sentido, adorado, sofrido. Ser plástico é uma treta.





Para a minha irmã

segunda-feira, novembro 02, 2015


Que cliché de titulo, não é ? 
que dialecto tão visto, que amor tão grande descrito em tão pouco.

Gostar de ti é uma ofensa para o tão enorme fascínio que te sinto.

Dar-te tudo , não é nada.

És a palavra “força” representada. Garra , e plenitude.

Orgulhas-me todos os dias, cada vez mais. E ao longo dos teus tão poucos 15 anos, mas que já fizeram de ti um ser tão grande, só me fazes querer ver-te sempre o mais de perto possível.
És das minhas melhores amigas. És o meu grande amor.

Parabéns mana. A vida já nos pregou tantas partidas, e ainda nenhuma foi capaz de nos mandar abaixo, já viste?

Vais ter sempre o meu ombro para te aconchegar e tudo o que te puder dar, darei.


Amo.te muito, parabéns “pititiu”. 

És um orgulho tão grande.







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