Ai as Mulheres….
“Raça” complicada essa, não é?
Do pouco que vivi nos meus já longos vinte e quatro anos,
não conheci espécie nenhuma no mundo capaz de tanto em tão simples gestos.
As mulheres são magia. Somos magia.
Somos a parte bonita, arranjada e “ajeitada” da sociedade, e
tornamo-nos facilmente o colorir dos dias chuvosos, mesmo que estejamos
vestidas com aquele pijama de flanela estampado de ursinhos e cometas- sim,
aquele que todas nós temos no fundo do armário.
Somos a loucura do mundo.
Sim, somos loucas,
mas é também loucamente admirável o que conseguimos todos os dias, apenas, por
vezes, por existirmos.
E isto não é ser feminista- É ser mulher.
Proliferamos horas quando necessário e parece que temos o
dom do “milagre da multiplicação” no que toca a paciência e dedicação para com
os “nossos”. Aqueles a quem damos tudo, por quem correríamos o mundo, e pelo
qual aceitamos que o telemóvel nos desperte noites e noites seguidas, só pela
satisfação de os sabermos bem, estão a ver, não estão?
Por norma na área profissional, tomam-nos como pouco
capazes. No trânsito todos os dias temos de ouvir comentários do género: “É
mulher de certeza, para estar a fazer tanto disparate”. No parlamento quando
“alguma” resolve falar mais alto, é levada em tom de gozo e é facilmente
descreditada. E Na rua acham coerente mandarem-nos piropos tão parolos que nem
para anedota serviriam, e ainda há quem ouse culpabilizar-nos pelo
comportamento limitado desses “Homo Erectus” falantes.
Gabo-nos a paciência.
Gabo-nos o pequeno “furacão” que transportamos e que nos
ajuda a sermos “mais” e “melhor” constantemente.
Ser mulher não é fácil. É quase um estado automático de um
“vamos à obra” num mundo másculo e sem qualquer sentido de pertinência. Mas é
também um eterno estado de graça.
Somos a melodia dos dias. A música para os ouvidos, a
palavra certa e por norma o maior carinho dos que precisam de nós.
É o por vezes estarmos destruídas ao fim de um dia de
trabalho, intercalado com constantes contratempos, e acabarmos a noite aptas a
perguntar “Rosé, ou Branco?”, ainda com os saltos calçados e a maquilhagem no
ponto.
Somos romance, somos curvas, somos a arte do bem receber.
Entre o corpo, o ser, e a alma, tornamos o nosso coração na casa mais calorosa
que podemos.
Somos dezanove horas despertas de emoção e cinco horas de
sono corrido, para novos dias de paixão, luta e glórias sucessivas.
Somos do Caraças, e o melhor de tudo é que somos reais.