Orientação Sexual? Humana

sábado, março 28, 2015


Em consulta de um conceituado jornal diário, deparo-me com uma noticia que no seu desenrolar dizia que um famoso advogado californiano quer “matar com um tiro na cabeça todos aqueles que se declararem como homossexuais, retirar-lhes todos os direitos enquanto cidadãos e ainda punir com penas de prisão e bem pesarosas multas, os defensores destes”.

Me desculpem os mais sensíveis... Mas, que nojo!

Matar uma pessoa, por amor, matar uma pessoa por amar?

Um homossexual é só uma pessoa que ama e vive disposto a enfrentar uma sociedade inteira se necessário por esse mesmo amor. Quem me dera enquanto heterossexual que por acaso sou, algum dia ter um alguém que me ame e esteja disposto a enfrentar tudo e todos, mesmo que todos os olhos e bocas estejam apontados a nós.

Quem me dera conseguir um amor, uma vez que seja na vida que me beije pela ternura de o fazer, sem pensar em tudo o que consequentemente isso lhe trará. Os homossexuais são pessoas, não são diferentes. Nasceram foi com um coração maior e mais forte para conseguir vingar na vida, lutar pelo que realmente anseiam, pelo que os atrai. Não têm medo do carnal, ainda que ele seja condenável aos olhos de tantos.

Sou completamente contra o cliché dos “gays serem os melhores amigos das mulheres”, eles são apenas eles mesmos.Tiveram uma educação comum, mas se gostássemos todos do amarelo, o que seria do cor-de-rosa?

Há apenas uma coisa que os distingue de todos os outros - estão calejados.
Não se importam de que se riam deles, porque já aprenderam a lidar com isso. São geniais ao ponto de a essas "risotas" e palavras desagradáveis responderem com um punho de dedicação e força. Calam-nos a todos nós com um amor que não tem medo, porque essa barreira para eles nem existe.

Há maior chapada de luva branca que essa?

Sim, conquistam uma enorme legião de fãs femininas, porque tudo o que queremos é um homem que goste de nós e nos saiba tratar como eles o fazem - sem qualquer medo das consequências dos seus atos. Verdadeiros, seguros de si, frontais e sobretudo amigos. Porque com tanto que se riram deles, ensinaram-nos a rirmos com eles. 
A doença não está nestas pessoas pelas escolhas tão corajosas que fizeram, está em nós por não conseguirmos pensar “fora da caixa”.

Porque o amor da minha vida é aquele que me ama, sem medo de me amar, e é nisso que consiste o mundo homossexual.

E vamos lá pensar...
Quantos amores já conhecemos e vivemos nós assim? 



Não me façam ir embora...

segunda-feira, março 23, 2015

Mãe, tenho tanto medo...

Sou jovem e tenho sonhos.

Sou jovem e tenho objectivos de vida. 

Sou uma sortuda por ter a certeza absoluta daquilo que quero fazer daqui para a frente, ainda que tenha apenas 22 anos.

Sou jovem, sou portuguesa e quero tanto acreditar no meu país.

Não quero sair daqui e quem me dera dar aos meus filhos a qualidade de vida que há anos tu e o pai me podiam dar.

Sou uma miúda mas sei com toda a determinação aquilo que me guia para alcançar os meus objectivos. Sei que quero ter uma família e mostrar-lhes o que é viver, não quero que se limitem a (sobre)viver tal como o governo me obriga a fazer agora, mas tudo bem, falo-ei, porque é por cá que quero continuar.

Preciso de certezas, não quero dar nem mais um passo nesta luta para no fim da batalha, no lugar duma vitória, atingir o abismo. Não tenho medo do trabalho, tenho medo da exploração.

Não tenho capacidade para me imaginar a estudar durante toda a minha vida por um objectivo e, na hora de colher os frutos, os meus representantes me mandarem “sair do meu país”.
Não quero, sou mimada ao ponto de querer mostrar o que valho neste Portugal, onde tenho a minha casa, onde gastei “couro e cabelo” para conseguir alcançar o que mais quero- um trabalho a fazer o que gosto.

Deixem-me apenas mostrar quem sou, como sou e de que forma o faço. Se não gostarem de mim, aceito. Mas não me empurrem para fora do meu país, onde toda a vida os meus antepassados tiveram uma oportunidade e vingaram, eu também quero. Eu também o estou a fazer para merecer.

Prometo não pedir muito, quero apenas um lugar. Quero que o meu Portugal não tenha mais idosos que crianças, pois nos idosos estão as histórias para contar mas é nas crianças que a história nasce. As crianças são a vida duma população, por favor deixem-me contribuir para a vida do meu país.

Temos representantes políticos que põem os filhos deles a estudar em Paris - para o efeito, compram-lhes casas e carros para maior conforto numa das mais caras capitais europeias. Prometo não pedir isso. Prometo saber gerir o meu dinheiro para apenas (sobre)viver como tanto querem que eu faça. Posso prometer antecipadamente também que não irei buscar equivalências para disciplinas a nenhuma das dezenas de trabalhos que já tive de ter para suportar os estudos, e farei de tudo para não receber o “canudo” a um Domingo à tarde.

Quero mostrar o que valho, crescer, aprender.

Sou portuguesa, quero ficar.


Diz-me, por favor, que não estou a pedir muito? 







Homens... quem não os quer?

quinta-feira, março 19, 2015



Hoje procurei escrever estas palavras para combater o cliché "os homens são todos iguais”.

Obviamente que não são nem poderiam ser. 

Os homens são seres humanos individuais. Bem mais simples do que nós mulheres - é certo, no entanto cada um tem o seu segredo.

Tornam-se todos iguais, quando lhes respondemos a todos da mesma maneira, quando erramos sempre na escolha do mesmo caminho e quando procuramos sempre o mesmo em todos – um príncipe que só existe na nossa cabeça.

Os homens não são príncipes, são seres que erram, que caiem, que se levantam. Que gostam de amor, carinho, sexo e uma noite de bebedeira com os amigos - tão decifráveis... São adoráveis. 

Não têm “nada que saber” desde que nós não estejamos à procura de algo que idealizamos mas que, evidentemente, não existe.

Já conheci tanto homens crápulas e baixo nível, como verdadeiros heróis dos tempos modernos. E então? Quantos tipos de mulher conhecemos nós?
Para se ser um grande homem é preciso sofrer perdidamente por amor? É preciso nunca partir nenhum coração? É preciso não falhar? Isso não é ser um homem ideal, isso é ser sem estar; viver sem agarrar, sem tentar, sem evoluir.
Quem nunca partiu um coração sem querer? E quem vive sem tropeçar? Todos falhamos, todos perdemos, todos amamos.

Eles querem apenas uma coisa - que não os chateiem. Simples, básicos e vão direitos ao assunto. Procuram, numa relação, um sossego e um conforto para os dias maus “lá fora” e uma lufada de ar fresco para os dias de azáfama e loucura.
Desejam mulheres aptas a partilhar com eles as suas maiores alegrias ou a maior tarde de “papas e descanso”, sem mãos a medir nem às calorias ingeridas nem ao amor transmitido e compartilhado – querem uma “compincha” a tempo inteiro.
Não gostam de horas nem combinações. Compreendem muito melhor um “quero aqui, quero agora” do que um “talvez pudéssemos combinar...” Não há talvez no dicionário deles, ou queremos ou perdemos, ou é ou deixa de ser, são práticos e objectivos.
Dificilmente são contrariados e mesmo assim são para todas nós, mulheres, perdidamente apaixonantes.

E afinal de contas... 

Haverá “raça” mais corajosa do que aquela que tem capacidade de nos acompanhar?  





O amor não é para "meninos"

sábado, março 14, 2015

Vem aí a primavera e, com ela, o mito da chegada do amor perfeito.

Com as árvores a florescerem e o sol a despertar, as pessoas têm tendência a dizer que amam com a mesma facilidade de que vêem o sol cada vez mais perto e a noite mais longínqua nos seus dias.

Nesta altura, por norma, confundem-se palavras, gestos e afectos. Trocam-se camas e, se tudo correr mal, limitamos-nos a mudar os lençóis.

Vivemos numa sociedade cheia de liberdades e vazia de amor. Amor autêntico, amor que enche o peito de tanto ar e quase nos faz perder a respiração de felizes que somos.
Amor daquele com quem andamos de mãos dadas pela rua, sob o olhar atento dos críticos que tudo o que fazem na vida é apodrecer a sua cabeça a falar mal do que não sabem, nem têm de saber. 

É triste existirem mais pessoas preocupadas com as nossas vidas do que nós mesmo, não é? Triste para elas que não têm uma vida para se focar, precisam da vida dos que os rodeiam para se contentar. Coitados... nunca saberão o que é amor, nunca saberão o que é amar.

Enquanto isso, aqueles que amam de verdade, sofrem de verdade e vivem de verdade, vão cruzando olhares, apenas pelo maravilhoso que é encontrarem o seu reflexo na sua cara-metade, aquela que desejam que seja a sua autêntica história de amor- o "vivemos felizes para sempre.”

A vida está cheia de pessoas vazias. Pessoas que se apaixonam milhares de vezes em esquinas de ruas, em paragens de metro e sobretudo em discotecas onde ao fim do terceiro copo de vodka qualquer amor vai durar para sempre, ainda que esse para sempre tenha os minutos contados até à chegada do primeiro quarto de hotel.

A minha geração vive a querer apaixonar-se mesmo sem querer saber que amar também doí, porque se não doer não é amor. O amor também traz lágrimas, traz ciúmes, traz conflitos e momentos de alguma dúvida, porque amar é exactamente isso: uma imensidão de sentimentos juntos, aglomerados numa só palavra, num só modo de expressão. Amor é desejo, é querer, é estar - amor é ser por ter, é ficar ainda que todos te digam para ir, amor é escolher, é nunca desistir, é lutar, é sentir cada momento como nosso. Porque amor é tudo o que somos mas partilhado com outra pessoa. Pessoa essa que desejamos tanto que não queremos deixar partir. Mas até isso é amor - deixar ir ainda que tudo o que se queira é que fique. É saber transformar um “adeus” num “até já” e confiar, sobretudo confiar. É a palavra-chave, porque quem ama sabe que no fim ficará tudo bem.

Neste momento o amor é vivido por todos como uma coisa “assim assim”, que nos faz sentir mais ou menos bem nos dias bons, mas que nem pensar que vá durar até correr mal, porque por favor, “não nascemos para sofrer” e ao primeiro problema a solução é virar-lhe costas. Pois bem, isso não é amor - é cobardia. E qual é o cobarde que merece sentir-se amado? E que amor merece um cobarde do seu lado?

Deixá-lo ir será sempre a melhor solução. Ele um dia quererá voltar, sempre assim o foi, sempre assim o será, porque o cobarde anda sempre de mãos-dadas com um reles e oco “Desculpa” e quem ama sabe desculpar, é um enorme problema do amor.
O amor não está feito para os fracos. É moldado para aqueles que são capazes de vestir a armadura e ir à "luta” - não é para meninos.

No amor a traição não existe, porque não faz sequer sentido existir. O amor é felicidade, partilha e sorrisos rasgados. Tão bom quanto a água do mar no verão, e tão reconfortante quanto um fim de tarde com um grupo de amigas, daquelas que levamos connosco para todo o lado. No amor qualquer promessa se torna em realidade, porque não há impossíveis - basta acreditar.

A vida é uma eterna aprendizagem nesta montanha-russa de emoções, como pode doer e ser bom? Como pode tirar-nos o folgo e em simultâneo fazer-nos gostar tanto?


Porque é amor.




8 Março 2015

domingo, março 08, 2015


Hoje escrevo de mulher para mulher.

Escrevo para todas aquelas que são lutadoras em cada batalha e vencedoras de todas as guerras. 

Escrevo para as mulheres que nem que estejam desfeitas em pedaços, farão apaixonar até as pedras da calçada se assim entenderem.

Escrevo para as mulheres que são o corpo certo na alma exata. Para mulheres, amantes e melhores amigas a tempo inteiro.

Escrevo para as minhas mulheres, as mulheres da minha vida.

Foco-me no dom da palavra que todas nós temos quando assim o desejamos. Na sedução nata que está dentro de nós, na inteligência, perspicácia e em algo que temos e que mais nenhum outro ser conseguirá algum dia alcançar - vida! Temo-la para nós, para os outros, e para quem mais precisar. Somos capazes de levantar arranha-céus com uma única força - o nosso psicológico.

Somos a energia dos dias, a lua da noite e o conforto de todos aqueles que ao longo das nossas vidas tiveram a primazia de partilhar, junto de nós, o mesmo espaço.
Somos amor dos pés à cabeça. O sonho acordado, a luta, a força, o brilho e a beleza, a singularidade, a guerra, a crença e a esperança eterna de que tudo vai ficar bem.
Somos a angustia de quem nos perdeu e o fascínio de quem nos quer ter. Somos sorrisos e palavras que ficam por dizer. 

Somos capazes de vestir qualquer fato-de-treino velhinho do nosso irmão, ou transformarmo-nos em verdadeiros “furacões” que chocam qualquer olhar dentro do nosso vestido preto - todas as mulheres têm esse vestido preto. 

Somos apaixonantes. Como é que é possível alguém conseguir manter a calma com o mundo a desabar, e muito possivelmente lindíssima dentro dum vestido que lhe fica a matar? Porque é Mulher.

E ser Mulher justifica tudo, porque se nós queremos, conseguimos.


Um óptimo dia para todas aquelas que honram o papel que desempenham.



Muito mais que um grande amor

quarta-feira, março 04, 2015


“Diz a primeira coisa que te vem à cabeça”- Paz.

É de paz que é feito, tranquilidade, momentos-chave que fazem todo o sentido por serem ao seu lado. Paz porque se está bem, eu bem estarei.
É a minha chegada a casa, a minha partida à aventura.
É amor, é ternura, é diversão, é o meu tão “eu” quando é com ele que estou.
Não é o mais arrumado, nem talvez aquele que tem o melhor feitio, é aquele que mais brinca comigo e faz das minhas emoções um brinquedo de mão, pois se não está bem é quase como se eu estivesse a cambalear por um mar de emoções - a dor dele é a minha.

É um tempo recorde onde a amizade deu um abraço ao amor e uniu algo que nunca pensei que fosse real - será isto o amor? Tem de ser muito mais que amor, ou talvez eu só agora faça ideia do que é amar tanto que não me imagino sem, amar tanto que farei tudo para manter.
Amar tanto que, sem ele, já não sou eu. É o andar na lua, mesmo de joelhos na terra.
É saudade, são sorrisos, mas também lágrimas. Lágrimas de tanto medo, lágrimas dum desejo de um para sempre que sempre dure.
É a escolha, o tão certo que me fez sentir tão errada até então.

É o meu aqui, é o meu agora. É o meu amor.

André, prometes-me uma coisa?



Se perdermos o chão, podemos viver nas estrelas?










Uma heroína dos tempos modernos

domingo, março 01, 2015

Mais do que palavras, são gestos.
São gestos de bondade, amizade, carinho, amor e ternura que tem para connosco, dia após dia.
É o que o mundo de melhor me mostrou, é uma força da natureza para lá de tudo o que a humanidade conhecera.
É a avó heroína, é a mãe exemplar, é a amiga a tempo-inteiro.
É o protótipo do coração no corpo todo, por vezes penso que o único órgão que tem em si é mesmo o coração, e que este a bombeia de vida, paz e felicidade para entregar aos que a rodeiam.
Orgulho-me tanto de cada passo que dá, de cada vitória sucessiva que tem, da luta constante, da super-mulher, da mega-tudo-e-mais-alguma-coisa que é.
Muito do que tenho a si o devo, e não falo de material, falo da vontade de seguir, talvez do coração na boca que tantas vezes me atraiçoa, mas que tanto de bom também já me proporcionou.
Posso dizer-lhe sem grandes dificuldades que é a pessoa de quem tenho mais medo de perder, não porque esteja para acontecer, como tantas vezes estúpida e irritantemente diz, mas porque é a pessoa que eu menos me consigo imaginar sem.
É a minha solução em tudo, a última palavra, é o ombro nos momentos de tristeza e a grande gargalhada nas alegrias. É a que vive tudo tão intensamente que sei que cada coisa que eu conquiste, para si, é uma vitória e, fundamentalmente, é quem tem mão na minha querida mãe que, graças a Deus, sempre lhe deu ouvidos.
Para mim é a melhor do mundo, qual Mandela, qual Papa Francisco, se ambos a conhecessem, ficariam boquiabertos com a sua audácia e rapidez ao dar a volta a todos os problemas e dilemas que em tentativas falhadas a enfrentam.
Recentemente, esteve presente num dos momentos mais marcantes da minha vida académica e, adivinhe só, armou-se de tal modo em espertinha que me pôs a chorar do inicio ao fim da cerimónia de tão bonitas palavras que me dedicou, que honra! Que honra ser sua neta, que prazer imenso que a vida me proporciona por tê-la conhecido e privado tanto e tão profundamente consigo! Que bom que é saber das suas histórias de quase-amor, porque eles quase-morriam de amor por si. Que sensação maravilhosa saber que o gosto pela escrita, a paixão pela vida, e até mesmo possivelmente a alegria natural que me caracteriza tenha vindo toda de si (e vá, talvez esta barriguinha que infelizmente nunca me largou, confesso que acho que a herdei de si, mas se assim foi posso tentar considerá-la sexy).
Hoje escrevo-lhe porque gosto de falar de si, gosto de falar para si, contar-lhe os meus segredos, passar horas e horas a divagar sobre o meu futuro neste país sem garantias mas cheio de sonhos da estudantina.
Sonhos que me enchem de alegria, sonhos de amores perfeitos e do emprego ideal, sonho de ter uma casa onde possa recebê-la nas melhores condições (prometo que com uma secretária para as suas escrituras e uma boa rede de Internet para estar sempre a par de todos os acontecimentos como gosta), sonho de poder aprender e beber tudo o que me puder dar, e saber que sente que tem aqui alguém que a ama tanto mas tanto, que nem sabe como o dizer, em palavras, algo que faça jus a tamanha intensidade.
É isso mesmo, encontrei a definição. Para si não há palavras, ou melhor, até poderão haver, mas nunca serão suficientes para a pessoa que é. Nem o poder da palavra, o dom da transmissão da mensagem escrita pelo melhor poeta seria suficiente para o gigante ser humano que é.
Sou para sempre a sua mais fiel seguidora, admiro-a e tudo o que quero é um dia chegar-lhe aos calcanhares - a si e àquilo que nos faz sentir a todos nós, por termos a sorte de a ter na nossa vida.
Amo-a com todo o amor que tenho para a amar.
Beijinho grande, minha bebé.








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