Morte, sua grande cabra.

sexta-feira, novembro 24, 2017


Ontem adormeci e Portugal tinha perdido em vida um enorme artista, hoje acordo e sei exatamente da mesma notícia relativamente a um enorme jornalista de todos os tempos.

Como assim? Ensinam-nos a viver a amar os outros, a tê-los como exemplos a seguir, e de um momento para o outro tiram-nos da vista, como se nunca antes os tivéssemos tido por perto.

Deixam-nos repletos de histórias para contar e com gargalhadas marcadas na memória, capazes de nos acordar da noite mais profunda, mas e depois?

Que merda é esta de viver a explodir de amor por um alguém que se dissipa, assim?

Não queria um aviso prévio, não é calculável nem de bom tom pedi-lo, mas adorava que a morte não fosse um monstro tão grande de lidar.

Queria que os olhos se mantivessem tão perto, como o coração faz questão de “bater o pé” para se manter.

Talvez seja por amar tanto viver, que a vida acaba por me assustar tanto. 

Talvez porque perdi o amor maior que a minha alma conheceu. Talvez por não poder mais ver quem por tudo daria, para que aqui estivesse.

A morte é uma grande cabra, dissimulada, sorrateira. Alimenta-se das fragilidades e da dor de todos e esconde-se atrás de religiões e crenças, para que a possamos ver como aceitável, mas não há maneira de viver bem dias tristes, e não há forma feliz de ver aqueles de quem gostamos, partir.

A vida é tão boa, pena que seja assim.








Deixa o coração brilhar

terça-feira, novembro 14, 2017


Tenho estado tão feliz, que me tem sido difícil escrever. Quem está desse lado e também desabafa com o papel, sabe do que falo.

A verdade é que me ando a conhecer, ando-me a descobrir e a crescer com as pessoas certas.

Fará isto sentido? Na verdade, creio que estou a criar o amor mais trabalhoso de todos: o amor próprio.

Quem de nós nunca ficou sem ar de tanto amar? Quem nunca se perdeu e, pensava que não mais se voltaria a encontrar? Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu o abismo a tocar-lhe na palma da mão.

Sabem? o amor de alguém ou por alguém, por vezes é a coisa mais tóxica que a nossa vida tem. E não, não é um contrassenso. Não existe amor sem voos despenhados; Com rumo ou direção; Sem a vontade incontrolável de ter, de querer; Porque amar será sempre a fórmula mais irracional de viver.

No entanto, é quando pomos os pés no chão, e damos voz à “razão”, que as coisas podem efetivamente tornar-se claras- temos só de ver o mundo com os olhos de “quem nos vê” e nos quer bem.

Precisamos de esquecer aquele corpo, aquela pele. 

É aí que reside a nossa coragem: quando (finalmente) perdermos o medo e apaziguamos a vontade.

Uma coisa é certa, a pessoa merecedora do nosso amor, será sempre aquela que não nos tentará mudar. Será quem nos aceitará, e quem nos acrescentará constantemente algo de positivo à nossa vida. É essa a verdadeira prova do amor: quando duas pessoas crescem, lado a lado, e têm orgulho e brio de o fazer.

Agora por aqui vou continuar, por mais fantasmas que se atravessem, por medos impulsivos ou questões vindas do desconhecido, vou sempre escolher amar a vida com tudo o que ela me der para ver, tocar, conhecer e viver.


E caramba, não há adrenalina maior, do que adorar por aqui andar. 



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