Cada dia mais me pergunto que raio de mundo é este.
Que raio de vida é esta, onde nos esquecemos que a pessoa
que está ao nosso lado também é um ser-humano, também sente, também vive e
merece ser visto.
Cada dia que passa mais me percebo o quão individual está o
mundo. Como só o meu “umbigo” importa quando, à minha volta, tenho um universo
a acontecer paralelamente. Sejamos francos, todos nós nos preocupamos com os
outros, mas nunca mais do que connosco próprios, e porquê? Porque não há a
criação de um equilíbrio, uma esfera com duas faces?
É possível sermos bons para nós enquanto o somos também para
quem nos rodeia, só não nos apetece, é aborrecido. Que pequenos, vazios e plásticos que somos.
No outro dia li esta frase enquanto divagava na internet “Dá
todo o amor que puderes, não todo o amor que tiveres”. Que barbaridade. Então onde
ficou o amor enquanto risco constante? Onde apostamos toda a nossa vida,
hipotecamos o coração e cedemos a alma, sem sequer pensarmos duas vezes?
O amor é agir. É aqui, é agora. É acordar e pensar nos
outros enquanto ainda nos estamos a trazer a nós mesmos ao mundo real. O amor é
o “All In” de todos os jogos de emoções. É tudo, e já. Amar é correr sem medo
de perder o chão, porque temos a lua à nossa espera.
Que treta de individualismo que formamos, com esta sociedade
dita “moderna”, onde é mais importante dizer que ser, mostrar do que viver.
Onde ficaram as fotografias que se vivem na memória? Onde se
estão a desenvolver os humanos que têm mais no coração do que no bolso?
Porque é que estamos a tornarmo-nos numa sociedade tão
descartável de carinho, afetos e ternura, em troca duma busca incessante de “admiradores”
e seguidores do nosso quotidiano?
Pensemos todos um bocadinho, talvez estejamos a perder as pessoas
das nossas vidas, por olharmos apenas para nós mesmos.
E, francamente, faço uma questão, com a vida que levamos...
Será que somos felizes, ou fingimos ser?